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quarta-feira, 9 de julho de 2014

‘QUERO BEBÊ DE VOLTA’, Afirma Mãe que Simularia Abandono em Cumaru PE

Mulher e prima vão responder na Justiça por comunicação falsa de crime.

Se pai ou parentes do bebê não forem achados, ele pode ir para adoção.

“Eu inventei tudo isso pra minha prima ir no banheiro, dizer que encontrou a criança e trazer pra casa, pra gente criar”, reconheceu Bruna Rafaela Santos Amâncio, mãe do bebê que passaria por simulação de abandono no mercado público de Cumaru, no Agreste pernambucano. E complementa: “Se eu estou passando por tudo isso, quero o bebê de volta, se tiver como”.

No entanto, o Ministério Público do estado (MMPE) já acionou instituições para encontrar outros parentes do recém-nascido. “Ele me orientou a ir na comunidade para averiguar se realmente a versão da genitora – de que esse filho é fruto de um estupro – é verdadeira ou não. Se não for, tentar localizar o pai biológico para saber se ele é conivente com a situação. E se não for, saber se ele tem intenção de ficar com o filho”, explica o coordenador Almir de Oliveira, do Conselho Tutelar. Caso não seja identificado o pai ou um parente de segundo grau que não esteja envolvido neste processo, o bebê poderá seguir para adoção.

Comunicação falsa de crime

A Polícia Civil informou ao G1 na segunda-feira (7) que mulheres que teriam encontrado um recém-nascido em Cumaru são a mãe e a prima dele. A delegada Maria Betânia Tavares contou que, quando elas foram prestar esclarecimentos, lembrou-se que há três meses Bruna Rafaela estava grávida de seis meses e queria prestar queixa de estupro, com o intuito de conseguir na Justiça a decisão de abortar o bebê. Sendo questionadas sobre isto, ela e a prima – Taciana dos Santos Moura – decidiram explicar toda a história.

“Ela confessou que teve o bebê no Sítio Riacho da Pedra, no município de Passira, com a ajuda avó, no dia 4 de julho. Então, combinou de levar o bebê para Cumaru e simular um abandono, para que a prima pudesse pegá-lo no hospital e conseguir a guarda”, explicou a delegada, que é responsável por esses dois municípios. Chegando na feira de Cumaru, pessoas começaram a perguntar de quem era a criança e elas não chegaram nem a simular o abandono, mas disseram que o encontraram no banheiro do mercado público, ainda de acordo com a Maria Betânia Tavares. As duas vão responder por comunicação falsa de crime.

Da feira, o bebê foi levado ao hospital municipal, onde ainda permanece, segundo o Conselho Tutelar. A diretoria da unidade de saúde informou que a criança foi submetida a exames e passa bem. Os funcionários chamaram o bebê de David Luiz, em homenagem ao jogador da Seleção Brasileira.

Investigações


A delegada Maria Betânia Tavares informa que as mulheres foram liberadas e não responderão por abandono – já que isto sequer foi simulado e não houve nenhum flagrante -, e as investigações prosseguem. Ela ouvirá todos os envolvidos no caso, desde familiares a policiais e profissionais de saúde, além de solicitar perícia sexológica e teste de DNA.

Segundo conta a delegada, a história foi inventada porque Bruna Rafaela teria duas crianças sob custódia do pai, que mora em Cumaru. Ela queria reaver a guarda, mas, como estava grávida após um suposto estupro, tentou primeiro se desfazer do bebê que teve.


ideia, ainda segundo a delegada, era de que a prima conseguisse a guarda do recém-nascido e, depois que a mãe obtivesse a guarda das outras, esta pegaria o bebê de volta.

Do: Patrulha do Agreste / Fonte: G1 Caruaru

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